O
dia de hoje não é importante pela referência às bruxas, mas por um fato
histórico ao qual todos nós, cristãos evangélicos, somos devedores no
mínimo por nossa liberdade religiosa e de culto. Em 31 de Outubro de
1517, Martinho Lutero, fixava às portas da capela do castelo de
Wittenberg, na Alemanha, suas famosas 95 teses contra os erros
doutrinários e morais das autoridades da Igreja Católica Apostolica Romana, iniciando o que depois viria a ficar conhecido como Reforma Protestante.
Qual é o significado mais profundo da reforma? Muitos podem alegar que este fato histórico não passou de um cisma institucional e doutrinário. Podem ser colocados à mesa fatos que indicam atrocidades cometidas por adeptos do movimento reformador.
Porém mesmo esses erros dos homens apenas demonstram, a necessidade infinita de um esforço de
retorno às escrituras, como algo que vá até mesmo além de um manual para
a caminhada terrena rumo ao reino dos céus! Os erros são cometidos
quando se deixa a atitude reformada de constante renovação.
Um dos principais lemas da reforma dizia em latim: "Ecclesia Reformata et Semper Reformanda est”, ou seja, igreja reformada está sempre em reforma. Isso nos indica que havia a consciência de que se não houvesse um constante retorno à palavra de Deus, mesmo esses crentes que largaram a corrupção do romanismo, viriam a incorrer novamente nos resultados da corrupção natural do ser humano.
A
palavra reformar, tem o sentido de trazer à forma original, algo que
com o passar do tempo, por meio das intemperes inerentes ao ambiente no
qual está inserido, foi deformado. Podemos entender reforma e renovação
espiritual como sinônimos, ainda mais se tivemos em mente que tal reforma alcance os aspectos mais profundos da vida cristã.
Mas o caminho da renovação não flui de uma vontade natural humana, como Romanos 12:2 diz: aqueles que são renovados, experimentam a vontade de Deus. Você não precisa ser um especialista em grego koinê,
para refletir que este experimentar não pode ser apenas o resultado
dessa renovação, mas ele é de fato o caminho para tal transformação.
Como você experimenta a boa, perfeita e agradável vontade de Deus? Por meio de uma voz, sentimento, "mover" ou qualquer coisa semelhante em seu coração? Cuidado! Nossos propósitos e sentimentos em nosso interior são enganosos a nós mesmos! A única coisa que pode demonstrar de fato qual é a vontade de nosso Pai são as Suas Escrituras! (Hebreus 4:12).
Assim, sob a ótica da reforma compreendemos que a bíblia é sim:
1- Fonte de conhecimento e sabedoria sobre Deus, Seus mandamentos e propósitos(Romanos 11:33), sobre nossa condição de total incapacidade e imerecimento (Romanos 3:9-11,23 ; João 16:9-11), diante da qual Ele nos concede Sua graça! (Efésios 2:8).
2- Nossa única regra de fé, por meio dela adquirimos a capacidade de contradizer (1ªPedro 3:15-16) e até mesmo fazer calar (Tito 1:11)
aqueles que se colocam contra o evangelho, inclusive aqueles que
parecem ser cristãos como nós. Por meio da anunciação da pura palavra
somos guardados do ensino dos falsos profetas que buscam atrair-nos por
ambições carnais (2ª Timóteo 4:2-4).
3- Como palavra de Deus é nosso alimento espiritual (Mateus 4:4), fonte de vida (João 6:63),
encorajamento para vencer o mundo, e que nos demonstrar que nossa
alegria em Deus é mais elevada do que qualquer alegria que este mundo
possa nos proporcionar (João 16:33; 1ª Coríntios 15:19).
Sendo de fato renovados, experimentando a vontade de Deus, como permaneceremos conformados com o mundo e com uma vida infrutífera que em nada é usada como canal de Deus para levar seu Evangelho gerando discípulos para Cristo?
Pense nisso.
Ad fontes! Sola Scriptura!
Alisson Lopes,
Autor do blog Reforma em Ação
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Convido você a ler também dois artigos que escrevi ano passado na ocasião dos 500 anos de reforma protestante:
Despertar em meio às trevas para acender a luz!
A vitória da verdade sobre o relativismo
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