“Ora, a fé é a
certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem.”
(Hebreus 11.1)

O evangelicalismo atual olha para
Hebreus 11.1, e reduz o entendimento do que sejam estas “coisas que se esperam” às provisões que Deus pode nos dar para
sanar nossos problemas mais essenciais a vida nesta terra. Porém o ensinamento
Bíblico nos mostra a fé como a esperança certa em coisas muito superiores à
aquelas que podemos ter ou perder nesta terra, onde os ladrões escavam e a
traça e a ferrugem corroem.
Atentemos
para o que Paulo nos fala em 1ª Coríntios 15.19: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os
mais infelizes de todos os homens”. Com certeza temos esperança em Deus no
que diz respeito a nossa vida nesta terra, porém nossa esperança, e nossa fé
nEle não deve se limitar a apenas estas coisas, elas são as menores e as que
tem valor mais desprezível para o Cristão, pois são a elas que a Bíblia se
refere quando diz “apenas”, esse tipo de esperança é mesquinha, viver como quem
confia em Deus para apenas solucionar os problemas nesta terra, é manter uma fé
medíocre, é viver miseravelmente. A fé está atrelada à coisas que se esperam
após passarmos por esta terra, não temos aqui lugar para ficar permanentemente
(Hebreus 13.14), então o que menos importa é o que podemos receber de Deus
nesta terra, são coisas totalmente sem valor no que diz respeito ao verdadeiro
sentido da vida.
Assim
se esperamos em Cristo a solução para os problemas do aqui e agora, ou se temos
esperança de Nele comer do melhor da terra, nos tornamos mais infelizes do que
os impíos e incrédulos. Porque em Cristo não temos garantias de felicidade na
terra, ou de que nunca teremos problema (a única garantia terrena da parte de
Deus é que teremos de fato aflições, tribulações, confira João 16:33), antes
temos sim garantia de felicidade eterna após sermos tirados por Ele desta vida
passageira.
Concluímos
que as tais coisas que se esperam, dizem respeito as promessas do evangelho
para a eternidade, e não para o agora. Porque as coisas que Deus pode nos dar
(ou não) agora, são por demais pequenas em comparação às promessas do
evangelho. Essas coisas são como diz Jesus: as demais coisas (Mateus 6:33), ou
seja, são anexos a vida cristã, e não o seu cerne, essência ou objetivo, são as
demais, são como qualquer coisa dispensável. Nosso objetivo, meta e esperança é
o Reino e a justiça de Deus.
Talvez
o que falta a esta geração de cristãos, para que compreendam o verdadeiro
sentido da vida cristã é o entendimento da corruptibilidade do ser humano e deste
mundo. Assim eles entenderão que no fundo não vale tanto a pena pedir com tanta
insistência a Deus por bens materiais, pois são temporários. Não que não
possamos pedir, a oração dominical que nosso Senhor nos ensinou nos mostra que
podemos pedir pelo pão de cada dia, porém, a experiência do apóstolo Paulo nos
mostra que na maioria das vezes já temos o mais importante bem, aquele que é
eterno: a graça de Deus (2ª Coríntios 12.7-9).
A
nossa verdadeira miséria não é a nossa falta de alimento terreno, ou a falta de
coisas desprezíveis como um carro do ano, mas sim o nosso pecado e a
corruptibilidade do nosso corpo, pois nascemos, mas voltaremos ao pó. Mas a
verdadeira esperança, pela qual esperamos em Cristo nosso Senhor, é a
santificação e a vida eterna.
Sola Gratia
Alisson Lopes
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