“A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual
pôs o nome de Enos; daí se começou a Invocar o nome do SENHOR” (Gênesis 4:26)
O
primeiro homicídio havia feito o culpado e sobrevivente do ocorrido separar-se
de seu núcleo familiar (Gênesis 4:8-16),
como se já não bastasse o primeiro pecado (3:1-22)
seguido do primeiro assassinato, a descendência deste membro renegado de uma
família renegada, desdobra-se em gerações de iniquidade. Lameque, descendente
de quinta geração de Caim, torna-se uma espécie de patriarca da imoralidade e
barbárie humana (4:23-24). Seus
filhos, Jabal, Jubal e Tubalcaim, ajudam a formar uma sociedade cada vez mais
distante de Deus e amante de si mesma, agora orgulhosamente são capazes de
prover seu sustento e abrigo, sua alegria e satisfação, sua proteção independentemente
de Deus (4:19-22). Vemos que a
corrupção da humanidade está firmada em desobediência e orgulho.
A
humanidade é assim, esta sociedade sustenta uma ideologia cada vez mais
centrada no homem, seu orgulho, seus desejos, e assim como Lameque desejam ser
intocáveis, não aceitando correção, nem mesmo tendo a humildade de praticar o
perdão. É fácil tomar vingança de si mesmo até setenta vezes sete, mas impossível,
perdoar setenta vezes sete. É isso que esses fatos nos ensinam, é isso que se
repetiu incontavelmente através da história. “Não há nada novo debaixo do sol”!
Enquanto
a descendência de Caim construía uma civilização rebelde, a família de Adão
reverenciava a soberania e a graça de Deus em meio às situações da vida. No nascimento
de Sete, Eva, ao invés de culpar a Deus por permitir a perda, reconhece que a única
coisa que merece é o sofrimento, e que o nascimento de seu novo filho é obra da
graça do Pai (4:25). Eva justifica a
escolha do nome pelo significado: substituto, ele foi aquele presente gracioso
de Deus em lugar de Abel, morto por Caim.
Seguindo-se
a isso, Sete tem um filho, e a ele dá o nome de Enos, que significa humano.
Agora a família de Adão, reconhece seu lugar de inferioridade. Enquanto a
descendência de Caim, faz da individualidade o próprio deus, a de Adão
reconhece sua incapacidade de chegar à paz com Deus. Daí surge o clamor, a
invocação do SENHOR, é quando o homem
reconhece essa condição, de fraqueza em relação à vontade de Deus, percebe sua
fragilidade e pacaminosidade, que surge a genuína oração!
Como
Sete que viu a própria fragilidade em seu pequeno filho, assim ocorre no coração
quebrantado pela graça de Deus, surge a suplica de que Ele venha nos levar a
fazer aquilo que ele deseja, pois nosso ser é escravo das próprias paixões, a
iniquidade é nosso “DNA”, passado de geração em geração, tendo origem em um único
ato de desobediência em Adão! Mas sabemos que aquilo que entrou por um único homem,
é tirado de nós pela única e eterna obra do Deus que se fez homem completo, e
ao invés de nos ordenar ao sacrifício, verteu seu sangue na cruz pelos seus
escolhidos.
Soli
Deo glória!
Sola
gratia!
Alisson
Lopes
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